Alex – Episódio 1
Era noite de sexta feira, 02ho0min da madrugada e Alex Del Santiago estava se sentindo sozinho. Já não bastava ter trabalhado dás 07h00min ás 17h00min naquela lava - rápido do seu tio, ainda tinha que fazer plantão de segurança da biblioteca municipal. Já havia terminado de ler Hamlet, de Shakespeare; e estava terminado de ler Drácula, de Bram Stocker; mas mais nada ali naquela enorme sala estava lhe dando a sensação de plenitude que Alex estava procurando nos últimos meses.
"Sair, conhecer gente nova, dançar, beber, extravasar e beijar muuuito", era o que se passava na cabeça de Alex enquanto passava seus olhos pelas paginas do livro, apreensivo lendo a hipnose do Profº Van Helsing sobre Mina Harker. Drácula estava fascinando Alex de tal maneira, que ele não havia percebido que já eram 04h00min da madrugada e que seu turno havia acabado há meia hora.
–O que, mas já são 04h00min?! Meu turno já acabou, preciso ir embora. Mas antes, vou deixar esse livro na gaveta, pois irei terminar de lê-lo amanhã.
Alex guarda o livro, dá uma arrumadinha geral no local, bate cartão e sai da biblioteca onde trabalhava. Entra no carro e vai embora para seu apartamento. Mas para que fosse para lá, ele precisava passar pelo centro da cidade, pois era caminho para lá. Impressiona-se ao ver que um barzinho ainda estava aberto, e decide fazer uma parada lá e se divertir nesse resto de madrugada. Era o bar de John, um conhecido seu, porém, suas esperanças vão água abaixo no momento em que vê o barzinho quase deserto, com apenas cinco ou seis pessoas. Só não foi embora porque já estava no balcão para fazer o seu pedido:
–Olá, John ainda esta aqui no bar?
–Não senhor. Ele já foi embora, pois o expediente já está terminando. Deseja alguma coisa?
–Cerveja, por favor.
–Aqui está.
–Obrigado.
Entre a quarta e a quinta latinha de cerveja, Alex observa um rapaz, de aproximadamente sua idade, indo ao balcão pagar a conta. No que o rapaz se aproxima do balcão, Alex o reconhece: era Carlos, um velho amigo seu que não via há mais de dez anos.
–Carlos? Oi. Oi Carlos!
Não teve nenhuma resposta do rapaz, e nisso ele paga a conta e vai em direção á saída. Alex bebe o resto da cerveja que tinha na lata em uma golada só, e corre até o rapaz que já estava atravessando a saída.
–Carlos, Carlos; espere aí!
Mais uma vez não obteve resposta e foi barrado pelos seguranças da portaria, pois não havia pagado a conta.
–Hey moço, por acaso você pretende sair sem pagar?
–Não senhor, é que eu estava a chamar um amigo meu que passou por aqui, e...
–E o senhor precisa pagar a conta antes de sair daqui...
O segurança não havia nem terminado a frase e Alex joga uma nota de cinqüenta sobre o segurança e retira-se rapidamente do barzinho e vai em direção á Carlos.
–Fica com o troco!
–Obrigado!
–Carlos, Carlos! Espere! –Nisso Alex segura no braço do rapaz, virando-o para si.
–Pois não moço?
–Carlos, sou eu. O Alex!
–Alex?
–Alex Del Santiago, nós éramos amigos no colégio!
–Ah sim Alex, é você! Cara, quanto tempo, você mudou tanto hem.
–Pois é cara, e você também!
–Ah, me desculpe não ter respondido, é que eu estava com meus fones de ouvido, e estava ouvindo musica no ultimo volume. Há-Há-Há!
–Vamos voltar no ali no bar, beber umas cervejas e conversar. Colocar o papo em dia.
–Claro, vamos sim.
Já era 05h30min da manhã e os dois haviam conversado durante uma hora, porém o bar já ia fechar de vez.
–É isso aí Alex, o bar já vai fechar. Vamos embora, senão eles estarão colocando-nos em cima das mesas junto com as cadeiras.
–Pois é Carlos, foi bom reencontrar você. Deixe que eu pago a conta.
–Que isso cara, não...
–Eu pago a conta! Há-Há-Há! Garçom, a conta, por favor?!
–Está ok. Então eu já vou indo, pois daqui a pouco eu preciso ir trabalhar. Qualquer dia desses a gente se vê por aí.
–Uhum, nos vemos sim. Até mais Carlos. –Alex estende a mão para se despedir de Carlos.
Porém, Carlos não estende a mão para se despedir de Alex, e ao invés disso ele dá um beijo na boca dele. Um beijo rápido, porém suficiente para ambos sentirem os lábios um do outro se tocando, úmidos. E nisso Carlos se retira sorrindo do bar, deixando Alex imóvel e sem reação.
–Senhor Alex, a sua conta.
Alex não havia respondido. Seu olhar estava fixo na porta fechada em que Carlos havia passado.
–A sua conta está aqui, Senhor Alex!
–Ah? O que? Ah sim. O dinheiro está aqui, obrigado.
Alex ia se retirar do bar, quando percebeu que o garçom estava sorrindo, pois havia visto Carlos o beijando. Nisso Alex fica envergonhado e vai para seu carro ir embora.
Cinco minutos depois, Alex estava no seu apartamento indo tomar banho. Conforme a água do chuveiro caía sobre seu corpo, seus pensamentos estavam naquele beijo. Pensava no porque de não ter ficado bravo com Carlos, ter lhe socado a cara ou coisa do tipo.
06h30min da manhã, o sol já estava brilhando e Alex estava indo dormir. No sábado ele não iria trabalhar, pois era feriado. Não levou muito tempo para que conseguisse dormir. Foi aproximadamente meia hora para que conseguisse tirar as lembranças daquela madrugada e ir dormir. E assim foi.